quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sobre o óleo essencial de Cravo

NOME CIENTÍFICO: Syzygium aromaticum ou Eugenia caryophyllata
HISTÓRIA
Uma das especiarias mais valorizadas, no mercado do inicio do século XVI, um quilo de cravo equivalia a sete gramas de ouro. Apreciado por suas propriedades medicinais pelos gregos, romanos e chineses – estes últimos mascavam cravos-da-índia para aliviar a dor de dente e refrescar o hálito.
O vocábulo latino clavus significa em forma de malmequer, ao qual o broto se assemelha. Tem uma longa história como anti-séptico e na prevenção de doenças contagiosas, como a peste. Isto ficou evidente quando os holandeses destruíram os pés de malmequer das ilhas Molucas – e muitas epidemias surgiram.Tornou-se uma especiaria muito apreciada, que era importada pelos portugueses e franceses. O costume popular ainda é usar uma laranja com cravos-da-índia espetados como um aromático repelente de insetos. Seu aroma torna-o um ingrediente popular em cremes dentais e pot-pourris. As propriedades digestivas dessa especiaria são reconhecidas na Índia, embora ele também tenha sido usado em poções do amor. Os perfumes com toque picante normalmente o contêm, também é usado em licores e vinhos aquecidos e adoçados com especiarias. O uso farmacêutico em larga escala reconhece suas propriedades anti-sépticas e bactericidas.
O nome científico antigo do cravo-da-índia deriva da palavra grega “Karyophyllon” que significa “folha-noz”. Da China é que veio a primeira indicação do uso do cravo-da-índia como condimento, remédio e elemento básico para elaboração de perfumes especiais e incensos aromáticos. Na China, era então conhecida por “ting hiang” e na dinastia Han (206 a.C – 220 d.C) seus frutos foram levados para a corte do imperador por enviados da Ilha de Java. Conta-se que os próprios javaneses mantinham um pequeno fruto na boca para melhorar o hálito, antes de ir falar pessoalmente com o imperador.
NOME COMUM (POPULAR) E SINÔNIMOS
Cravo; Cravo-da-índia; Craveiro-da-índia; Clove (Ingl); Caryophyllus; Clavo (Esp); Clou de girofle (Franc) e Garofano d’índia (Ital).
ASPECTOS BOTÂNICOS
É uma árvore sempreverde, de ciclo perene, em forma de coluna que pode chegar até 20 metros de altura. Ela se desenvolve melhor em lugares claros do que à sombra de outras árvores. Os brotos de flor em forma de malmequer tem uma tonalidade marrom-avermelhada, e as folhas são pequenas de tom acinzentado. É natural das ilhas Molucas e da Indonésia, mas também é cultivado em Zanzibar, Madagascar e Java. Boa parte do óleo provém de Sri Lanka.
A copa é bem verde, de formato piramidal. As folhas são semelhantes às do louro, ovais, opostas e de coloração verde brilhante, com numerosas glândulas de óleo visíveis contra luz. As flores são pequenas, branco-amarelada, agrupadas em cachos terminais. O fruto é do tipo baga e de formato alongado, suculentos, vermelhos e comestíveis. Aroma forte e penetrante. Os cravos-da-índia que usamos na culinária são, na realidade, os botões florais ainda não abertos.
PARTE UTILIZADA DA PLANTA: Botões e folhas
TIPO DE EXTRAÇÃO: Destilação à vapor
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O conteúdo total de óleo em cravos chega a 15%. O óleo é constituído, basicamente por eugenol (fenol - 70 a 80%), acetato de eugenol (15%) e beta-cariofileno (sesquiterpeno - 5 a 12%), furfurol (aldeído), salicilato de metila (éster).
AÇÕES FARMACOLÓGICAS
Propriedades: Analgésico, anestésico, antiodontálgico, antiemético, antinevrálgico, anti-séptico, antiespasmódico, estimulante do apetite, afrodisíaco, carminativo, cáustico, cicatrizante, desinfetante, inseticida, facilitador do parto, esplenético, estimulante, tônico estomacal, tônico para o útero e vermífugo.
Mente: Efeito positivo e estimulante sobre a mente, fortalece a memória e ajuda a combater a depressão. Sua qualidade revitalizante ajuda a tratar sensações de fraqueza e letargia.
Corpo: É benéfico para o sistema digestivo, conhecido por aliviar os gases através da redução da ação absorvente. É eficaz no combate ao vômito, à diarréia, ao espasmo intestinal, à dispepsia e à parasitas.  Também alivia a náusea e o mau hálito decorrentes da fermentação gástrica. Têm efeito tônico sobre os rins, o estômago, o baço e os intestinos.
Suas propriedades de agente analgésico podem ajudar a amenizar dores de dente, reumatismo, artrite e feridas e inflamações na boca, além de dores de cabeça decorrentes de tensão. Funciona melhor em aplicações locais em áreas específicas do que no sistema em geral.
Alivia problemas respiratórios e é usado nos tratamentos de tuberculose, asma e bronquite. É ótimo para desinfetar o ambiente durante o período de doenças infecciosas. É um excelente bactericida e, se for vaporizado com freqüência durante o inverno, aumenta a resistência aos germes.
Suas propriedades afrodisíacas podem ser úteis no tratamento de problemas sexuais, como impotência e frigidez. Em virtude disso, também se acredita que proporcione grande alívio às dores durante o parto.
Quando combinado à laranja e ao limão, parece ser um excelente repelente de insetos.
Pele: Pode aliviar feridas infecciosas, além de lesões cutâneas, ulcerações nas pernas e o lúpus – uma doença crônica de pele.
PRECAUÇÕES
É um óleo muito forte e deve ser usado como cautela -  a massagem não é o meio ideal de aplicação, pois pode ocorrer irritação na pele.
OBSERVAÇÕES/ CURIOSIDADES
Quantidade para extração: 15 a 20 kg para 01 kg de óleo essencial
Nota: Básica
Planeta: Júpiter
Aroma: Forte, picante e penetrante
Cor que vibra: Preta
Signo: Não informado
Efeito nos doshas: Diminui o Kapha e o Vata e aumenta o Pitta
Qualidade: Yang
Energético: De acordo com a TCM (Tradicional medicina chinesa), cravo é quente e tônico de Qi.  Pode ser usado para eliminar condições associadas ao frio
Mistura-se bem com: manjericão, benjoin, canela, citronela, toranja, limão, noz-moscada, laranja, hortelã-pimenta e alecrim
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Tratado de Fitomedicina; Dr. Jorge R. Alonso; Bases Clínicas Y Farmacológicas; Ed. Isis Ediciones SRL; Setembro 1998.
- Farmacognosia da Planta ao Medicamento/ organizado por Cláudia Maria Oliveira Simões; 3ª edição, Ed. da Universidade – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – 2001.
- The Review of Natural Products; 4th Edition – The most complete source of natural product information; 2005 – Wolters Kluwer Health, Inc.
- Óleos que curam – O poder da aromaterapia; Wanda Sellar ; 1992; Editora Nova Era.
- Aromaterapia – O equilíbrio entre o corpo e o espírito – Holística – através dos óleos essenciais; Ann Berwick;  3ª edição; Editora nova Era – 2002.
- Aromaterapia – Um guia de A a Z para o uso Terapêutico dos Óleos Essenciais; susan Worwood; 1995; Editora Best Seller.
- Aromaterapia e as Emoções; Shirley Price; 2ª edição; Editora Bertrand Brasil; 2000.
- O livro completo de óleos, incensos e infusões – Scott Cunningham – Editora Gaia – 2005.
- Ayurveda e Aromatherapy; The Earth Essential Guide to Anciente Wisdom and Modern Healing – Dr. Light Miller and Dr. Bryan Miller – Editora Lótus – 1995, 2ª edição.
- The Complete Guide to Aromatherapy – Salvatore Battaglia – 2ª edição – 2003.
- L’aromathérapie exactement – Encyclopédie de l’utilisation thérapeutique des extraits aromatiques – Editora Roger Jollois  2001

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